10.1.11

Brows Before Hoes

Toda vez que eu fico extremamente bêbada, eu pareço como um porra de um Irlândes. Vocês sabem: aquelas criaturas beberronas, grossas, e completamente adoráveis pela sua necessidade excessiva de demonstrar afeto (ainda que de um jeito grosso). Como se todos os sentimentos ficassem guardados em um lugar tão fundo que às vezes até pra mim é difícil alcançar.

O que acontece é que eu sou muito jovem, tem muita vida correndo pela minha veia, e o problema reside nos lugares e nas pessoas com quem eu gasto minha energia, sem duvidas eu evolui em alguns aspectos sociais. Descobri que quando se toma um anti-biótico com tequila e absinto até pessoas como eu podem dançar e se divertir em uma balada. E o principal de tudo eu pude perceber que não importa onde se está, o que importa é com quem se está. Eu enfrentaria o inferno se fosse com alguém que eu realmente amasse.

Essa coisa chamada amor é tão frágil quanto um segundo de desentendimento, de falta de comunicação, celulares desligados, palavras não ditas, nada disso importa se no final der tudo certo, por final eu me refiro ao final da noite, porque isso simplesmente nunca tem um fim. A verdadeira amizade nos custa tempo, paciência e energia , mas algumas valem a pena até quando se chora em um sofá sujo de balada por alguém que realmente não quer te ouvir, se você se importa com essa pessoa você tem que procurar por ela e dizer tudo (ainda que não seja ouvida).

O importante é fazer sua parte, eu posso falhar com qualquer um, menos ela. Porque se algum dia eu perdesse ela, eu não seria eu mesma. E não perder ela requer nunca esquecer da minha fibra moral, que eu posso estar insana mas não posso esquecer nunca do que é certo. Porque o valor de uma irmandade é indescritivelmente maior do que o prazer de um ato burro, insensato e embriagado.

Ainda que eu tenha plena consciência de tudo isso, às vezes é muito importante que alguém me lembre da coisa certa a se fazer, felizmente eu tive essa pessoa nessa noite e minha gratidão não fica só no copo de absinto que eu ganhei e que covardemente encheu meu sangue com álcool, o copo por conseqüência me deu coragem pra enfrentar o caos e encontrar a solução, pra que no final da noite sobrasse como sempre o tripé (que infelizmente andava enfraquecido nos últimos tempos), com fandangos jogados na calçada, danças no balcão e muitas emoções pra um lugar com tantos veados juntos.

Nunca me senti tão viva e tão digna de viver como na noite de hoje, ultimamente eu tenho pensando no peso da maturidade, todos nós estamos envelhecendo e agora não é mais como antes, existem coisas que eu simplesmente não posso me dar ao luxo de perder. Quanto mais se tem, mais se pode perder. Eu sempre reclamo, mas eu de certa forma tenho tudo o que eu preciso, eu posso saber com certeza que não importa o que aconteça sempre vai existir meia dúzia de amigos que vão estar lá pra mim, assim como eu me esforço tanto pra estar por eles. Isso é tudo que alguém pode querer, não importa o dinheiro, a localidade, tão pouco quanto se come em uma noite, o que sempre vai restar é o ombro amigo pra rir e chorar juntos.

Talvez eu seja um pouco Hank Moody, meio safado, mas completamente cavalheiro na hora de defender os outros. Eu quase soquei um cara hoje em nome de uma honra qualquer, não sei qual mão me puxo de volta, mas quando meu punho estava fechado e mirado na cara daquele boçal, eu senti minha ira frente aquele cena, a falta de gentileza e sensatez me fez ter uma vontade enorme de ensinar uma lição pra ele, ninguém mexe com meus amigos, porque no final da noite e no nascer do sol é com eles que eu quero estar.

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