Enganada na Lauro Gomes

Acho que nenhum estabelecimento que fica na Marechal Deodoro é muito confiável pra mim aquilo é a representação da rua movimentada da cidade do interior. A praça Lauro Gomes também fica perto daquela avenida, logo coisa boa não podia ser. Minha vontade de passar a sexta feira jogando videogame foi tanta que eu fui andando da minha casa até lá e pra que? Pra ser enganada.

Eu estava procurando um adaptador pra guitarra do Guitar Hero, fui em muitos boxes porque aqueles desgraçados não se denominam de barraquinhas porque ficam dentro de uma galeria fechada, mas também é porco demais pra se denominarem de “lojinhas”. Eu devia saber, no fundo eu até sabia, mas arrisquei. Em nenhum “Box” achei o que queria, a guitarra na minha bolsa já estava pesando nas minhas costas, fora a vergonha de andar com aquilo à mostra, não dava nem pra pagar uma de gatinha musicista, porque vamos combinar era uma guitarrinha de videogame.

Passei em vários lugares com aquele negócio, morrendo de vergonha porque carregar esse objeto na rua e a mostra é como gritar: Hey, olha pra mim, sou nerd e minha sexta feira vai ser só sobre videogame. Moral zero, ego ferido e campo desconhecido não combinam. Eu já estava cansada demais, tinha andado muito pra tentar reabilitar a guitarra e eu não queria sair de lá sem comprar nada.
Lembrei que eu já tinha fechado todos os joguinhos que eu gosto de jogar, no ultimo “Box” que eu fui a mulher disse que eu não acharia em lugar nenhum, tirando minha ultima esperança, ai já tava tudo cagado mesmo e foda-se, comprei três guitar hero’s e homem-aranha 3. O único que funcionou foi o mais porco de todos, é claro. Quando eu perguntei o preço de cada um eu já devia saber, R$ 5,00 é muito pouco porque a qualidade era um lixo.

Cheguei em casa toda animada, as musicas nas caixinhas pareciam ser muito legais, tinha até um dos Beatles e um muito estranho, tão estranho quanto aquele “Box” maldito e aquela mulher que me enganou, na parte da frente do CD falava que só tinha musicas brasileiras e na parte detrás era completamente diferente. Comprei torcendo pra que não tivesse nada nacional, mas com a minha sorte é claro que o único que funcionou foi esse e que só tinha musicas nacionais, mas músicas absurdas. Alias nunca comprem CD’s lá, eles podiam pelo menos ter a decência de copiar um CD original, mas não. Aqueles filhos das putas me venderam uma adaptação que um nerd IDIOTA fez do jogo, acho que em pelo menos as três primeiras fases do jogo continham musicas da Pitty, não dava.

Pior que eu consigo imaginar a cara espinhenta do desgraçadinho que desperdiça tempo fazendo essas coisas, o jogo era uma merda, quando errava-se o botão a musica continuava tocando perfeitamente, tirando todo o propósito de se jogar Guitar Hero. Eu agüentei, tentei, joguei umas musicas, mas eu fiquei indignada, eu imagino que o irmão mais velho do nerd idiota, gordinho e espinhento que obrigou ele a colocar essa musica, porque não tem nada a ver com o jogo, alias esta musica não tem nada a ver com nada. Como os outros não funcionaram eu me senti enganada quatro vezes, meus amigos disseram pra eu voltar lá pra reclamar.

Claro, era o mais sensato a se fazer, lembrei até que a moça simpática (cretina) do “Box” tinha me dado uma “garantia”, quando eu olhei o panfletinho eu percebi na hora que não era um estabelecimento de confiança mesmo. O Nome: INGRID DISCOS. Já me lembrei do Durval e aquele filme sensacional DURVAL DISCOS. Alguns anjinhos de um lado, e o papel todo cor de rosa é claro, uma BAIANICE, fui enganada por uma mulher Baiana. Essa foi novidade, pior de tudo: tive que voltar a pé pra casa e passar pelos mesmos caminhos que eu não passava desde que parei de caminhar até o centro pela manhã.